Na atualidade o fenômeno da globalização nos apresenta a necessidade de transmissão da informação de maneira rápida e atualizada. Sendo assim, o uso do computador se tornou essencial numa perspectiva global. Nesse sentido, a tecnologia da informação tornou-se ferramenta no processo ensino/aprendizagem com a finalidade de inserir os educandos nesta realidade.
A informática passou a ser vista como ferramenta educacional no Brasil, a partir de 1971, quando passou-se a discutir seu uso no ensino de Física. Buscava-se, nesse momento, "construir uma base que que garantisse uma real capacitação nacional nas atividades de informática, em benefício do desenvolvimento social, político, tecnológico e econômico" em âmbito nacional (MORAES, 2007). O Poder Público, criou diversos órgãos com a finalidade de fomentar o desenvolvimento tecnológico no país.
Entre os órgão criados pelo governo estava a SEI, Secretaria Especial de Informática, que tinha, dentre outras atribuições a função de assessorar o Ministério da Educação e Cultura (MEC), no estabelecimento de políticas e diretrizes para a educação na área de informática (MORAES, 2007).
No ano de 1982, o MEC mediante articulação da SEI, passou a financiar o desenvolvimento de pesquisas na área de capacitação de recursos humanos, assim como o desenvolvimento de metodologias educacionais apoiadas nas novas tecnologias (computador e redes), e o desenvolvimento de softwares educacionais.
As Universidades do Rio de Janeiro (UFRJ), Estadual de Campinas (UNICMP) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), foram as responsáveis pelos primeiros estudos acerca da utilização da informática enquanto meio educacional.
Em 1984, após diversos seminários, fóruns e outros estudos, foi lançado pelo MEC, em conjunto com o CNPq - Conselho Nacional de Pesquisas, FINEP – Financiadora de Projetos e SEI, o projeto EDUCOM, sendo o precursor na área de informática aplicada à educação no país. Sua proposta principal consistia em fomentar a "implantação experimental de centros-piloto com infra-estruturas relevantes para o desenvolvimento de pesquisas, objetivando a capacitação nacional e coleta de subsídios para uma futura política setorial" (MORAES, 2007), levando-se em consideração o contexto, a cultura e as peculiaridades da área educacional brasileira, desejava-se "perceber como o aluno aprende sendo apoiado pelo recurso da informática e se isso melhora efetivamente sua aprendizagem" (TAVARES), em âmbito de escolas públicas.
Com o passar dos anos outros projetos nesse sentido foram sendo implementados. Em 1986, o Programa de Ação Imediata em Informática na Educação, denominado projeto FORMAR, passou a capacitar professores e a implantar infra-estruturas de suporte nas secretarias estaduais de educação, escola técnicas federais e universidades, destaca Moraes. Os participantes do FORMAR, foram incumbidos de implantar em seus Estados os CIED (Centros de Informática Educativa), que "constituíram-se em centros irradiadores e multiplicadores da informática nas escolas públicas", (TAVARES).
No ano de 1989, o MEC institui o PRONINFE – Programa Nacional de Informática na Educação, objetivando "desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades e projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica, sólida e atualizada" (apud MORAES), destinava-se ao uso dos sistemas públicos de ensino. "Possuía um modelo funcional e geograficamente descentralizado, funcionando através de centros de informática na educação espalhados por todo o país". (TAVARES) Esses centros tinham a função de divulgar e analisar projetos educacionais, seus objetivos e resultados, além de formar professores em nível fundamental, médio, superior, nas áreas de educação especial, pós-graduação e enfocar a pesquisa sobre a utilização da informática na educação.
O PRONINFE, superou as expectativas governamentais, tornando-se ponto de referência enquanto "fase piloto", assim caracterizado por Moraes, pelo longo período que perdurou (cerca de dez anos). O projeto foi, posteriormente, integrado ao PLANIN (Plano Nacional de Informática e Automação do Ministério de Ciência e Tecnologia), Tavares.
Mais tarde, em 1997, o PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação), foi incorporado ao PRONINFE, modificando sua estrutura inicial. Por outro lado, também com a intenção de formar professores e atender estudantes através da compra e distribuição de cerca de cem mil computadores interligados à Internet.
Na década de 1990, a evolução tecnológica, passou a exigir mão-de-obra qualificada para a execução das tarefas nas indústrias. O analfabetismo era gritante neste momento histórico, porém, as necessidades apontavam para o mercado de trabalho que necessitava de profissionais capazes de operar equipamentos como, calculadoras, vídeo-cassetes, computadores.
Ao final da década, o PROINFO, subordinado à Secretaria de Educação a Distância (SEED), por meio do Departamento de Infra-Estrutura Tecnológica (DITEC), em parceria com as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais e MEC, foi estruturado e oferecido aos governos dos estados e municípios brasileiros, com os seguintes objetivos: melhorar a qualidade de ensino nas escolas públicas, propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico, educar para uma cidadania global, possibilitar estudos acerca do comportamento dos indivíduos nos ambientes escolares.
A princípio, a SEED articula a formação dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs), nos estados. Segundo Tavares, esses Núcleos são formados por educadores e especialistas em informática e, telecomunicações e informática, fazem parte das suas atribuições sensibilizar e motivar as escolas para incorporação das novas tecnologias de informática e comunicação; apoiar o processo de planejamento das escolas que desejarem aderir ao PROINFO; exercer a capacitação e reciclagem dos professores e das equipes administrativas das escolas. O PROINFO foi um dos principais projetos na área de informática educacional no que se refere "à inovação temática, à distribuição funcional e à qualidade dos equipamentos disponibilizados nas escolas" (TAVARES), e ainda está disponível junto a SEED. As escolas interessadas, podem, mediante envio de projeto, estar usufruindo deste benefício oferecido pelo governo federal.